Uma parceria inovadora entre a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) resultou em uma tecnologia pioneira que combina arte, ciência e sustentabilidade. Esse projeto colaborativo desenvolveu um novo método de moldagem de peças plásticas que pode revolucionar a forma como aproveitamos materiais recicláveis.
De maneira simplificada, o “Processo de moldagem para obtenção de peças plásticas poliméricas revestidas ou não a partir de filamentos poliméricos” transforma plástico fundido em filamentos viscosos. Esses filamentos podem ser moldados manualmente, utilizando luvas de proteção, ou com o auxílio de moldes simples. O uso de materiais plásticos específicos, que fundem a baixas temperaturas, como o polietileno e o polipropileno, é essencial para garantir uma manipulação segura e eficiente.
A principal inovação desta tecnologia é a possibilidade de criar peças tridimensionais ou planas, utilizando filamentos plásticos flexíveis e quentes. O processo pode ser aplicado tanto em moldagens manuais, que requerem certa habilidade, quanto em moldagens utilizando formas simples, permitindo a produção de peças únicas e diferenciadas.
O desenvolvimento dessa tecnologia contou com a colaboração dos pesquisadores Sônia Maria Assunção Veroneze, Thais Helena Sydenstricker Flores-Sahagun e Ramon Cortes Paredes, da UFPR, em parceria com o professor Nivaldo Rodrigues Carneiro, da Escola de Belas Artes da UFRJ.
A interdisciplinaridade foi um dos pilares para o sucesso deste projeto. A colaboração entre engenheiros, designers e escultores das duas universidades resultou em um processo que integra eficiência técnica com expressão artística, ampliando as possibilidades de uso de materiais recicláveis em projetos criativos e sustentáveis.
Segundo Thais Helena Sydenstricker Flores-Sahagun, professora da UFPR e graduada em Engenharia Química pela UFRJ, a multidisciplinaridade desempenha um papel crucial no desenvolvimento de novas tecnologias. “Por isso, combinamos a expertise em engenharia com o talento da designer Sônia Maria Assunção Veroneze e a visão artística do professor de escultura Nivaldo Rodrigues Carneiro, da Escola de Belas Artes da UFRJ, para criar um novo processo de moldagem de plásticos,” explica ela.
Com a produção mundial de plásticos ultrapassando 400 milhões de toneladas anuais e a reciclagem ainda sendo um desafio, esta tecnologia oferece uma solução inovadora para valorizar o plástico reciclado. Além de contribuir para a redução de resíduos que poluem nossos ecossistemas, ela promove a criação de produtos com maior valor agregado, incentivando a reciclagem e o desenvolvimento sustentável.
A aplicação desta tecnologia é vasta, abrangendo desde a produção de objetos decorativos até a criação de peças artísticas. A simplicidade do processo, que requer apenas uma extrusora e moldes básicos, permite que indivíduos com habilidades artísticas, mesmo sem formação técnica, possam criar peças exclusivas, promovendo a economia circular e gerando novas oportunidades de emprego.
Esta colaboração entre a UFPR e a UFRJ é um exemplo de como a integração entre diferentes disciplinas pode resultar em inovações tecnológicas revolucionárias. O novo processo de moldagem de plásticos, que une arte e ciência, não só abre novas formas de expressão criativa, mas também contribui para um futuro mais sustentável.
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Figura 1:Peça do pedido de patente BR102015007695-9 sendo produzida manualmente com filamentos viscosos quentes. Figura 2: Peça do pedido de patente BR102015007695-9 sendo produzida, com o auxílio de um molde simples (balde), usando filamentos viscosos quentes.
Fonte: Inova UFRJ.