Um projeto-piloto implantado no Parque Barigui, em Curitiba, vai testar o funcionamento de pequenas gerações próprias de energia elétrica como solução para a gestão eficiente e o abastecimento em momentos de indisponibilidade da rede de distribuição. O sistema de microrrede é resultado de um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) realizado pela Copel, em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a prefeitura da capital.
Por meio do projeto financiado pela Copel, foram implantados uma vaga para recarga de veículo elétrico com geração solar e um sistema que faz a gestão da microrrede, que abrange parte do prédio do Instituto Municipal de Administração Pública de Curitiba (Imap). Esta parte do edifício agora pode funcionar em “ilha”, ou seja, desconectado do sistema da Copel, com apoio de um sistema de inversor híbrido e baterias.
O conjunto se soma à estrutura que gerava energia no parque, por meio de uma micro central hidrelétrica (MCH) e uma unidade de geração fotovoltaica. Foram dois anos de pesquisa até a implantação do piloto, que quer validar na prática a metodologia desenvolvida em laboratório, e também disseminar conhecimentos sobre energia e sustentabilidade.
O trabalho vem sendo coordenado pelo professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UFPR, Alexandre Rasi Aoki, com a participação de outros docentes, estudantes, consultorias e uma empresa parceira. Através da constituição da microrrede e do seu gerenciamento, espera-se reduzir a demanda de pico no circuito alimentador e as perdas no sistema elétrico, além de aumentar a eficiência energética de todo o sistema.
O diretor de Distribuição da Copel, Maximiliano Andres Orfali, destacou que a tecnologia deve ser utilizada em larga escala no futuro e ressaltou a importância das parcerias para o desenvolvimento de inovação. “Ganha a cidade de Curitiba, que agora tem à sua disposição um sistema ultramoderno, ganha a Universidade Federal do Paraná, que tem a possibilidade de ofertar para os professores e para os alunos um sistema didático em que é possível estudar e aprender e também ganha a Copel, que pode testar estes conceitos”, enumerou.
Ao fim das pesquisas, a Copel espera tornar-se detentora de uma metodologia capaz de simular cenários futuros do sistema de distribuição, antecipando os impactos positivos e negativos na rede. Segundo a Companhia, o projeto beneficia a sociedade como um todo, considerada a qualificação dos profissionais envolvidos e a construção de novos conhecimentos sobre energias renováveis, redes elétricas inteligentes e microrredes.
Microrredes
A criação de microrredes é vista como um dos elementos-chave no futuro da distribuição de energia, pois a relação entre consumo e produção se torna mais horizontal. Em uma eventual falha no sistema de distribuição da concessionária de energia, as unidades geradoras de uma microrrede podem ser isoladas de forma automática e passam a alimentar a área durante o período de contingência.
É o que já está acontecendo de modo pioneiro em São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Paraná, onde uma microrrede foi formada há sete meses por meio de uma parceria entre moradores locais, Copel e Itaipu. A Granja Colombari se tornou fonte de abastecimento próprio e para outras três unidades consumidoras vizinhas, ampliando a segurança energética no campo.
Publicado originalmente no Portal da UFPR
Com colaboração da Agência Estadual de Notícias